sábado, 5 de junho de 2010

O livreiro de Cabul

Asne Seierstad (jornalista norueguesa) conheceu o livreiro Sultan Khan em Cabul, em novembro de 2001, após a queda do Regime Taliban. Quando é convidada a jantar na casa de Sultan, ela tem a oportunidade de conhecer sua família (mãe, esposas, filhos, irmãos e sobrinhos), que dividiam um apartamento de quatro cômodos em uma região que ainda se recuperava dos horrores da guerra. Teve então a idéia de escrever um livro sobre esta família que não era pobre, como a maioria das outras, mas com os costumes e crenças arraigados. Tornou-se hóspede e durante três meses observa a rotina desta família. Seus filhos que trabalhavam 12 horas por dia nas livrarias do pai e não podiam ir à escola. Acordava pela manhã, entrava na fila para o banheiro, tomava o café, usava a burkha para sair. Com os homens viajou, e acompanhou-os eventualmente à livraria. Com as mulheres foi a casamentos, a visitas, às compras e acompanhou seus afazeres domésticos. De todos ouviu relatos e queixas sobre seus sonhos, expectativas e frustrações a respeito de suas vidas particulares e a esperança de tempos melhores, entre guerras de tribos locais e as imposições de um chefe de família que, embora sendo letrado e denominar-se liberal, se impunha soberano sobre o destino dos membros da família.
Um livro de leitura fácil e absorvente.
Só por curiosidade, ela está sendo processada por Sultan, por escrever um livro sobre sua família sem sua autorização.
Editora Record.

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